sábado, 25 de setembro de 2010

soja reduz risco de cancer de prostáta

Viva Bem Agora
Consumir soja reduz risco
de câncer de próstata


Pesquisa indica que alimento torna a próstata menos vulnerável à doença

Diário OnLine

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O câncer de próstata, como todos os demais, é gerado por defeitos genéticos, mas os hábitos do paciente ajudam a evitar ou acelerar a evolução da doença. Um dos aspectos que interferem decisivamente é a alimentação: uma dieta saudável contribui para que o mal não se desenvolva.
Ao ser gerado, o bebê recebe um conjunto com cerca de 33 mil pares de genes diferentes, cada um preparado para exercer uma função. De cada par, um gene é enviado pelo pai e outro, pela mãe. ‘Quando os dois genes [de um mesmo par] têm alterações, a pessoa vai desenvolver câncer, independentemente de outros fatores’, explica o médico Nelson Forjaz, chefe do setor de urologia do Hospital Brigadeiro, em São Paulo. ‘Mas, quando apenas um dos genes tem problema, a evolução vai depender do ambiente e dos hábitos da pessoa’, afirma o urologista.
A dieta não é o único aspecto que interfere, mas pesquisas indicam o tamanho de sua importância. Um estudo publicado em outubro nos Estados Unidos demonstrou que o consumo de proteína de soja é capaz de reduzir o risco de câncer de próstata. Foram avaliados 58 homens com idades entre 50 e 85 anos _alguns já diagnosticados com câncer de próstata. Separados em três grupos, cada um ingeriu, durante seis meses, três tipos de proteínas: de leite, de soja rica em isoflavona e de soja com pouca isoflavona. O grupo que consumiu soja rica em isoflavona foi o mais beneficiado quanto ao câncer de próstata.
‘Esse não é um estudo conclusivo, capaz de garantir que a soja evita a doença, mas indica que ela deixa a próstata menos vulnerável ao câncer’, afirma Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Instituto de Metabolismo e Nutrição. Ele alerta que a soja também é benéfica contra outras doenças (leia acima).
Magnoni recomenda o consumo de subprodutos da soja, como óleo (vendido em qualquer mercado), proteínas e fibras. As fibras são encontradas em pães e biscoitos feitos com soja (esses produtos também são produzidos com trigo ou aveia, que não causam o mesmo efeito). Já as proteínas estão presentes no tofu (espécie de queijo de soja), no hambúrguer de soja e em sucos ou leites enriquecidos com soja. ‘Mas não basta consumir durante um mês e parar. É uma questão de freqüência: as pessoas devem se alimentar de soja regularmente para obter os efeitos’, orienta o nutrólogo.

Exames devem ter início aos 35 anos

Quando gera sintomas, o câncer de próstata costuma já estar bastante evoluído. A única forma de detectá-lo no início é por meio de exames: o PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a quantidade de testosterona no sangue, o toque retal, por meio do qual o médico averigua se existem nódulos na região da próstata, e o ultra-som.
‘O PSA não deve ser avaliado individualmente, mas de forma comparada. Mesmo quando o nível de testosterona está normal, se tiver havido um aumento significativo de uma hora para outra é sinal de problema’, alerta o médico Nelson Forjaz. Ele orienta que quem tenha casos de câncer de próstata ou de mama na família faça exames anuais a partir dos 35 anos. Quem não estiver nessas condições pode começar aos 40.
O tratamento é realizado por meio de cirurgia, quando o câncer não atingiu outros órgãos, por radioterapia ou hormonioterapia. As principais seqüelas da cirurgia são impotência sexual e incontinência urinária. ‘Quando ela é feita com rigor técnico, não ocorre incontinência.’
Quanto mais idoso for o homem, maior é a chance de desenvolver câncer de próstata. ‘Mas dizer que todo homem com cem anos vai ter a doença é bobagem. Há gente com mais de cem que não tem. Isso depende da genética e dos hábitos do paciente.’

FALA, DOUTOR!

Os benefícios da soja

Um dos alimentos que ajudam a evitar o câncer de próstata é a soja, segundo concluiu um pesquisa recente. Um grupo de pacientes que consumiu alimentos enriquecidos com proteína de soja reduziu o risco de desenvolver câncer, em comparação com o grupo que não consumiu a soja.
Algumas evidências sugerem que existe uma proteção hormonal induzida pelas isoflavonas, substâncias químicas presentes na proteína de soja.
A soja tem despertado a atenção dos pesquisadores porque ajuda a evitar várias doenças, principalmente devido à quantidade e qualidade de sua proteína, além de ser ótima fonte de fibras, óleo, vitaminas e minerais.
Diversos estudos já mostraram os benefícios da soja no tratamento e na regressão de diversos males _doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e até para aliviar os sintomas da menopausa. Os alimentos preparados a partir da proteína de soja podem substituir parcialmente a proteína animal. A população asiática, grande consumidora de alimentos à base de soja, apresenta menor incidência de doenças cardiovasculares do que as demais populações. Os japoneses consomem cerca de 55 gramas de proteína de soja por dia. Já os americanos consomem menos de cinco gramas.
O Japão registra a menor incidência de câncer de mama do mundo. Quando as japonesas migram para os EUA, por exemplo, passam a apresentar incidência comparável à das americanas.
Em um estudo, o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos apontou pelo menos cinco compostos presentes na soja e em seus derivados que possuem ação anticancerígena.
Outro recente levantamento mostrou redução no número de casos de câncer de mama em mulheres antes ou durante a menopausa
Pesquisas nos Estados Unidos, na China e no Japão mostraram que a ingestão diária de 100 gramas de tofu (‘queijo’ de soja) ou de um copo de extrato de soja (‘leite’ de soja), por exemplo, reduz o risco de câncer de cólon e reto em 50%. A soja também previne o câncer de estômago e de pulmão.

Daniel Magnoni é nutrólogo e cardiologista do Instituto de Metabolismo e Nutrição
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