terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os benefícios do arroz com feijão

Nutricionista aponta os prós e contras desta e de outras duplas imbatíveis do cardápio brasileiro

Fernanda Aranda, iG São Paulo | 14/05/2010 18:54
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Quando você pensa em um deles, logo vem o outro na cabeça e a impressão é de que os dois “nasceram” juntos.
As parcerias do “arroz com feijão”, “pão com manteiga” e “queijo com goiabada”, por exemplo, são tão antigas que é difícil imaginar saboreá-las de forma isolada.
A combinação vai além da tradição e chega também aos nutrientes. Neste aspecto, nem sempre as duplas mais tradicionais do cardápio brasileiro são só vantajosas e, para fazer um raio X dos benefícios e malefícios de cada uma delas, o Delas recorreu ao Conselho Regional de Nutricionistas.
Abaixo, veja as orientações da gerente-técnica do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo e Mato Grosso do Sul (CRN-3), Solange Saavedra.
Arroz com feijão
Segundo Solange “juntar arroz com feijão promove uma química perfeita para o organismo”, já que o arroz contém o aminoácido essencial metionina, e o feijão outro aminoácido essencial chamado lisina, combinação ideal para o corpo absorver bem as proteínas de origem vegetal. E olha que o brasileiro anda deixando o feijão de lado – o consumo deste alimento diminuiu. Segundo a nutricionista, as principais vantagens da dupla favorita dos brasileiros são: tornar mais eficiente o fornecimento de proteínas de origem vegetal e equilibrar o teor de glicose no sangue e a relação com a insulina. Segundo a nutricionista, para isso é fundamental que eles sejam ingeridos juntos. “O arroz polido, sozinho, pode disparar as taxas de açúcar e insulina na circulação, e o feijão tem o poder de brecar esse efeito, estabilizando a glicose”.
Para quem acha que a dupla engorda, a médica diz que ela ajuda a prolongar a sensação de saciedade e assim você não vai ter vontade de “atacar” um doce após a refeição. A única desvantagem é o exagero, diz a nutricionista. Tudo que é demais não ajuda e o equilíbrio perfeito entre ambos é conseguido com duas porções de arroz para cada uma de feijão.
Goiabada com queijo

Foto: Tricia Vieira/Foto Arena Ampliar
O queijo completa a goiabada do ponto de vista nutricional. Mas a dupla é calórica e não deve ser comida todo dia
Uma das sobremesas ou lanches mais populares do Brasil, desde os tempos da colonização portuguesa. É o famoso Romeu e Julieta (saiba preparar um bolo com a dupla). Segundo a nutricionista, o “Romeu” (queijo) é responsável pelas proteínas e a “Julieta” (goiabada) pelos carboidratos. Em equilíbiro, essa dupla só traz vantagens. O problema é a concentração de calorias.
Após uma refeição já completa, diz a nutricionista, “poder elevar a glicemia, pelo alto teor de carboidratos contido no doce, o que seria contraindicado para diabéticos”. Por isso, não vale visitar este clássico todos os dias. Prefira saborear a dupla, só de vez em quando.
Pão com manteiga
Já imaginou um café da manhã sem um ou outro? Pão com manteiga é ideal para começar um dia e traz uma série de vantagens para o organismo.
“Como vantagens podemos colocar que o pão é o alimento mais comum no início do dia que fornecerá carboidrato, nutriente que garante o fornecimento de energia mais imediata nessa primeira refeição”, diz Solange. Já a gordura presente na manteiga também impulsiona o “setor energia” do organismo.

Foto: Tricia Vieira / Fotoarena Ampliar
O benefício do pão com manteiga é que os dois são fonte de energia. Mas para proteger o coração, é melhor optar por margarina
No entanto, é justamente ela que pode liderar as desvantagens da parceria. Margarina seria mais indicado para o consumo diário, acredita a nutricionista do CRN. Justamente por isso, a margarina é um dos produtos está entre os chamados “alimentos funcionais”, produzidos industrializadamente para diminuir as sequelas negativas e “turbinar” as positivas.
“Estaremos consumindo gorduras saturadas, já que a manteiga é um produto de origem animal (a fonte é o leite), e essa gordura não é a melhor para a saúde, pois aumenta os riscos de doenças cardíacas”, diz.
Bife com batata
Bife com batata é pedida certa ao perguntar “qual é o seu prato preferido”. E a combinação também tem vantagens, afirma a nutricionista do CRN. “O bife é um alimento importante como fonte de proteína, nutriente vital para o organismo, já que fornece aminoácidos essenciais que não são produzidos pelo corpo” afirma, acrescentando que a carne é fonte de vitaminas do complexo B e de minerais importantes como ferro, zinco e selênio.
“Já a batata, um alimento do grupo dos tubérculos e raízes, é fonte de carboidrato, sendo uma boa fonte de energia, além de ser fonte de vitamina C, e de minerais como potássio, fósforo e magnésio”.

Foto: Getty Images
Bife com batata é ótimo. Desde que a batata não seja frita e a carne sem gordura
Combinar os dois é uma ótima pedida, mas também pode esbarrar em desvantagens principalmente se o modo de preparo não for o mais indicado para a saúde. Fritar a batata e comer a gordura aparente da carne aumenta e muito o valor calórico da refeição. Se o “bife com batata (frita)” ainda chamar para o mesmo prato o arroz com feijão o banquete de calorias está pronto.
“Com relação à batata, se a porção selecionada for muito grande, juntando-se a outra fonte de carboidrato (geralmente arroz), vai aumentar muito o percentual de carboidrato numa mesma refeição, o que poderá aumentar a taxa glicêmica (glicose) no sangue”, diz a nutricionista.
Macarrão com molho vermelho
Existe molho branco, rosé e muitos outros. Nenhum é tão famoso na hora de combinar com o macarrão quanto o vermelho. O espaguete ao sugo é uma tradição nos pratos de todos os cantos do País.
“O macarrão é uma boa fonte de carboidratos, portanto, importante para o metabolismo energético do organismo. Junto com o molho vermelho (de tomate) vai fornecer alguns outros minerais como potássio, fósforo e magnésio”, afirma a nutricionista.

Foto: Getty Images Ampliar
Macarrão com molho vermelho pode frequentar o cardápio. Só não vale exagerar nos outros ingredientes do prato
O tomate é um antioxidante e naturalmente já é positivo, por ser um protetor natural de doenças cardiovasculares (ainda assim, está no alvo de pesquisas para se tornar ainda mais poderoso). O molho ao sugo, portanto, além de ser o menos calórico, é ótimo para a saúde.
Já as desvantagens variam conforme o método de preparo. “Os molhos que começam ao sugo e se transformam em bolonhesa (carne moída), calabresa (linguiça) e genovese (com bacon, azeite e parmesão) deixam o prato muito calórico. O ideal é não consumi-los todos os dias” diz a nutricionista.
“Outra desvantagem é se a pessoa não abrir mão do arroz e juntar macarrão e arroz ou acrescentar batata na mesma refeição, um excesso de carboidratos”, completa.

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